Império Etíope

O Império Etíope foi um reino histórico localizado no Nordeste da África, durando de 1270 até 1974, conhecido por resistir à colonização europeia e preservar sua independência.


Bandeira do Império Etíope
Bandeira do Império Etíope

 

O que foi, localização e período em que se desenvolveu o Império Etíope

 

O Império Etíope, também conhecido como Abissínia, foi uma proeminente monarquia no Leste da África. Abrangia grande parte do território que agora é coberto pela Etiópia e Eritreia modernas. A existência do império é tradicionalmente marcada desde o estabelecimento no início do período Axumita por volta de 1270 d.C. até a dissolução oficial da monarquia em 1974.



FASES DA HISTÓRIA:




Período Axumita (cerca de 100 d.C. – 940 d.C.)


As origens do Império Etíope remontam ao antigo Reino de Axum, que floresceu a partir do século I d.C. O Reino de Axum foi um grande império comercial e uma das quatro grandes civilizações do mundo antigo, junto com Roma, Pérsia e China. Sua economia era baseada no comércio, com Axum servindo como um centro que conectava o Império Romano e a Índia Antiga. O reino adotou o Cristianismo por volta de 330 d.C., tornando-se um dos primeiros estados cristãos.



Dinastia Zagwe (cerca de 900 d.C. – 1270 d.C.)


Após o declínio do Reino Axumita, a Dinastia Zagwe assumiu o controle. Este período é marcado pela construção das famosas igrejas esculpidas na rocha de Lalibela, um testemunho da devoção da dinastia ao Cristianismo e sua engenhosidade arquitetônica. Os governantes Zagwe focaram na consolidação da fé cristã e na expansão de sua influência por meio de meios religiosos e culturais.



Dinastia Salomônica (1270 d.C. – 1974 d.C.)


A Dinastia Salomônica alegava descendência do bíblico Rei Salomão e da Rainha de Sabá. Este período é notável pela ênfase na lenda da linhagem salomônica, que serviu para legitimar o direito divino dos governantes de governar. Figuras-chave incluem o Imperador Menelik II, que repeliu com sucesso as tentativas de invasão italiana no final do século XIX, notadamente na Batalha de Adwa em 1896, preservando a soberania da Etiópia durante a Partilha da África.


Outro imperador importante deste dinastia foi Zara Yaqob, que ficou conhecido pela literatura Ge'ez que se desenvolveu durante seu reinado, pela ênfase que deu aos temas cristãos internos e pelas guerras realizadas contra os muçulmanos.

 

Pintura do século XVII mostrando a coroação do imperador etíope Zara Yaqob

Imperador etíope Zara Yaqob sendo coroado (pintura do século XVII).

 


Período Gondarino (1632 – 1855)


Dentro da era salomônica, o período gondarino foi caracterizado por uma relativa estabilidade e um renascimento cultural centrado na cidade de Gondar. Foi marcado pela construção de castelos, igrejas e outras obras arquitetônicas significativas.



Zemene Mesafint (Era dos Príncipes, 1769 – 1855)


Uma época de poder descentralizado e conflitos feudais, o Zemene Mesafint viu vários senhores de guerra regionais e príncipes disputando o controle. Os imperadores durante essa era eram frequentemente figuras simbólicas com pouco poder real.



Modernização e o Reinado de Haile Selassie (1930 – 1974)


A fase final do Império Etíope viu esforços de modernização e centralização sob o Imperador Haile Selassie I. Seu reinado trouxe a Etiópia para a Liga das Nações e para as Nações Unidas, modernizou as forças armadas e tentou reformas socioeconômicas. No entanto, essas mudanças muitas vezes enfrentaram resistência e foram implementadas de forma desigual.



O Fim do Império Etíope


O Império Etíope chegou ao fim em 1974 após uma série de crises políticas, sociais e econômicas. O descontentamento com o governo de Haile Selassie vinha crescendo devido a questões como fome, desemprego, corrupção e falta de reformas políticas significativas. Em fevereiro de 1974, protestos generalizados eclodiram, levando a um golpe militar pelo Derg, uma junta marxista-leninista liderada por Mengistu Haile Mariam.

Em 12 de setembro de 1974, Haile Selassie foi deposto e a monarquia foi abolida. Isso marcou o fim de uma das monarquias contínuas mais antigas da África e inaugurou um período de ditadura militar, que transformou profundamente o cenário político e social da Etiópia.

 

 

Mapa mostrando a localização do Império Etíope na África

Império Etíope na África: período de maior extensão territorial.

 


PRINCIPAIS DADOS DO IMPÉRIO ETÍOPE:

 

Capitais: Nenhuma (1270–1635); Gondar (1635–1855); Debre Tabor (1855–1881); Mekelle (1881–1889) e Adis Abeba (1889–1974).


Língua principal: amárico


Principais religiões do Estado: Cristianismo: Igreja Ortodoxa de Tewahedo (1270–1622 e 1632–1974) e Igreja Católica (1622–1632).


Forma de governo: Monarquia absoluta (1270–1931); monarquia constitucional parlamentar unitária (1931–1974).


Área do império em 1952 (ano de maior extensão territorial): 1.221.900 km².

 

 

Foto de uma fortaleza etíope do século XVII

Fortaleza de Fasil Ghebbi: construída no século XVII.

 

 

Pintura do imperador etíope Manelik II em seu cavalo

Manelik II em seu cavalo: importante imperador etíope do final do século XIX e início do XX.

 

 


 

Publicado em 11/06/2024


Por Jefferson Evandro M. Ramos (graduado em História pela USP)




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Fonte de pesquisa do texto:

 

- MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Editora Contexto, 2014.


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