História da Crise de 1929: contexto histórico
Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente, para os países europeus.
Após a guerra o quadro não mudou, pois, os países europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920. Reconstruídas, as nações europeias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.
Principais causas da crise
Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.
- Aumento significativo do desemprego (chegou a 27%).
- Falência de várias empresas, principalmente de indústrias.
- Empobrecimento de grande parte da população norte-americana.
- Aumento da fome e miséria nos Estados Unidos.
- Diminuição dos investimentos privados nas indústrias e no setor agrícola.
- Forte crise no mercado de ações com a desvalorização da maioria das ações.
- A crise também afetou os bancos e outras instituições financeiras do país.
- Diminuição significativa no setor de comércio. Com desemprego e menos dinheiro, as famílias reduziram muito o consumo.
- Embora tenha começado nos EUA, a crise de 1929 (Grande Depressão) atingiu vários países, principalmente da América e Europa, que mantinham laços comerciais mais fortes com os norte-americanos.
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Desemprego elevado nos Estados Unidos gerado pela Crise de 1929. |
Efeitos da crise no mundo
A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes, gerando desemprego, falência de empresas e efeitos econômicos negativos.
Efeitos da crise no Brasil: principais consequências
A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.
New Deal: a solução
A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas. Com isto, o governo conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do plano também o grande investimento em obras públicas (estradas, aeroportos, ferrovias, energia elétrica etc.), conseguindo diminuir significativamente o desemprego. O programa foi tão bem-sucedido que no começo da década de 1940 a economia norte-americana já estava funcionando normalmente.
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Família dos EUA no pós crise de 1929: quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque gerou muita pobreza nos Estados Unidos e em diversos países do mundo. |
Última atualização: 11/02/2021
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
1929 - A crise que mudou o mundo
Autor: Brener, Jayme
Editora: Ática
Fontes de referência do texto:
- CAMPOS, Raymundo. Estudos de História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Atual, 1988.
- CÁCERES, Florival; PEDRO, Antônio. História Geral. São Paulo: Moderna, 1988.