Querela das Investiduras

A Querela das Investiduras foi um conflito entre o papado e o Sacro Império Romano-Germânico nos séculos XI e XII sobre o direito de nomear bispos e abades, refletindo a luta pelo controle entre a Igreja e o Estado na Europa medieval.


Concordata de Worms (1122): fim da Querela das Investiduras
Concordata de Worms (1122): fim da Querela das Investiduras


O que foi

 

A Querela das Investiduras foi um conflito político entre o poder papal e o imperador do Sacro Império Romano Germânico. Este conflito ocorreu na Europa, durante a Idade Média, entre os anos de 1075 e 1122.

 

* Vale dizer que a palavra "querela", pouco utilizada nos dias de hoje, significa disputa ou contenda.



Causas principais:

 

No período em que ocorreu este conflito, era o imperador do Sacro Império Romano Germânico que fazia a investidura (nomeava) os bispos da Igreja Católica, através da concessão de títulos. Desta forma, o poder político, representado pelo imperador, exercia forte influência sobre o poder religioso.

 

Esse controle do poder temporal sobre o espiritual desagradava muito à Igreja Católica. Na metade do século XI, ocorreu a Reforma Gregoriana na Igreja Católica, fazendo com que o papa pudesse exercer maior controle sobre os bispos. Mas esta pretensão era impedida pela interferência do imperador. A partir de então, o papa passou a lutar por maior autonomia em relação ao poder imperial.

 

No ano de 1075, o papa Gregório VII, através de um documento chamado de Dictatus Papae, proibiu a investidura de clérigos por pessoas leigas (não pertencentes à Igreja). O documento inclusive ameaçava de excomunhão quem o desrespeitasse. O papa Gregório também deixou claro que o poder espiritual pertencia somente à ordem sacerdotal e que ele, como chefe supremo da Igreja, tinha poder absoluto sobre todas as decisões relacionadas à Igreja.

 

Pintura com o retrato do papa Gregório VII

Gregório VII: papa foi um dos principais responsáveis pela Querela das Investiduras.




Concordata de Worms e consequência

 

Foi somente em 1122, que o conflito entre Igreja e poder imperial teve uma resolução com a assinatura da Concordata de Worms. Assinado pelo papa Calisto II e o imperador Henrique V, este tratado tirava do imperador o direito de fazer as investiduras de bispos, deixando-o apenas com a função de atuar com árbitro de conflitos entre grupos rivais.

 

Uma das principais consequências, após a assinatura da Concordata de Worms, foi o enfraquecimento político do imperador do Sacro Império Romano Germânico. Vários bispos escolhidos pelo imperador eram grandes proprietários de terras, com grande influência política em suas regiões. Sem poder escolher os bispos, o imperador perdeu poder, favorecendo a fragmentação do Sacro Império Romano Germânico.

 

Ilustração representando a Concordata de Worms

Concordata de Worms: finalização da Querela das Investiduras

 

 




Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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A questão das investiduras e o Congresso de Worms | 5 minutos de História | Historiando com a prof.ª Kelly Casagrande


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