Período e contexto histórico
Até o ano de 1808, a coroa portuguesa não permitia a entrada de imigrantes em grande quantidade no Brasil, exceção feita aos portugueses. Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, esse cenário começou a mudar. D. João VI deixou de proibir a imigração em direção ao Brasil. Logo após a independência, em 1822, o fluxo de imigrantes começou a aumentar, pois além da liberação oficial, houve incentivos para a entrada de estrangeiros em solo brasileiro.
Principais causas
Entre as principais causas da imigração de alemães para o Brasil podemos citar: necessidade de melhores condições de vida; atração pela propaganda de que o Brasil tinha boas condições para oferecer para os imigrantes; o desemprego de muitos artesãos (provocado pela industrialização da Alemanha) e a insegurança causada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
A imigração alemã: história, características e cidades
Os alemães foram os primeiros a entrarem em grande quantidade no Brasil. O auge do movimento foi entre 1850 e 1890. A região Sul do Brasil foi a escolhida pelos alemães, em função, principalmente, do clima mais frio (com algumas semelhanças com o europeu). Mesmo assim, enfrentaram muitos problemas para a adaptação ao novo país.
De acordo com dados estatísticos do IBGE, na segunda metade do século XIX, entraram no Brasil cerca de 75 mil alemães. Outro grande fluxo de imigrantes alemães ocorreu na década de 1920, quando chegaram em solo brasileiro cerca de 76 mil alemães.
Porém, vale ressaltar que algumas grupos de alemães também foram viver, embora em menor quantidade, nos estados de São Paulo, Minas Gerais (região centro-sul), Paraná e interior do estado do Rio de Janeiro.
Principais cidades com colônias alemãs
Os alemães fundaram várias cidades, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nessas cidades, além de desenvolvem atividades econômicas, preservam vários aspectos da cultura alemã (língua, danças, tradições, vestimentas, festas, etc.). Os alemães também construíram várias igrejas, principalmente protestantes, da linha luterana e católicas.
Os alemães também implantaram, no Sul do Brasil, o sistema de produção agrícola baseado em pequenas propriedades e trabalho familiar. Esse sistema era usado pelas famílias de imigrantes na Alemanha. Outras duas importantes características desse sistema de produção familiar era a produção voltada para o consumo e a prática da policultura.
No Rio Grande do Sul, os alemães se concentraram em áreas próximas aos vales dos rios Sinos, Caí e Taquari. Já no território catarinense, se concentraram, principalmente, no vale dos rios Itajaí.
Arquitetura alemã no Sul do Brasil
A arquitetura que os alemães usaram nessas cidades também era muito parecida com a alemã. Casas, igrejas e comércios eram construídos de madeira, com telhados pontiagudos (na vertical).
|
Arquitetura alemã da cidade de Blumenau em Santa Catarina: influência dos imigrantes alemães. |
Exemplos de cidades fundadas pelos alemães no sul do Brasil:
- No Rio Grande do Sul: Novo Hamburgo, São Leopoldo, São Lourenço do Sul, Três Forquilhas e Nova Petrópolis.
- Em Santa Catarina: Joinville, Blumenau, Brusque, Jaraguá do Sul, Pomerode e Fraiburgo.
![]() |
Foto de imigrantes alemães no Rio Grande do Sul (por volta do final do século XIX). |
Saiba mais:
- Conheça mais sobre a história da imigração alemã para o Brasil no especial do IBGE 500 anos de povoamento - imigração alemã.
atualizado em 22/07/2020
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Imigração alemã no Rio Grande do Sul - história, linguagem, educação
Autor: Gartner, Angélica e Cunha, Jorge Luiz da
Editora: UFSM
Ano: 2003
Temas do livro: Imigração, Imigrantes alemães e História do Brasil.
Fonte de referência:
Boris Fausto. Fazer a América: a imigração em massa para a América Latina.