Como funcionava o sistema das dinastias chinesas:
• Cada dinastia era governada por um imperador que era considerado o "Filho do Céu". Este título denotava um direito divino de governar e uma conexão cosmológica entre o céu e o mandato terrestre. O imperador era visto como um mediador entre o céu e a terra, responsável por manter a harmonia e a ordem.
• Ciclo Dinástico: a história chinesa foi marcada por um padrão cíclico conhecido como "ciclo dinástico". Uma dinastia subiria ao poder, muitas vezes após a queda ou declínio da anterior. Ela experimentaria um período de prosperidade e sucesso, mas, eventualmente, declinaria devido à corrupção, má liderança ou invasões externas, levando ao seu colapso e ao surgimento de uma nova dinastia.
• Mandato do Céu: este era um pilar ideológico fundamental do sistema dinástico. Ele sustentava que o imperador recebia o direito de governar pelo Céu. Este mandato não era permanente; poderia ser revogado se o imperador falhasse em governar de maneira justa e eficaz. Desastres naturais, fomes e agitação social eram frequentemente interpretados como sinais de que o governante atual havia perdido o Mandato do Céu.
• Administração Burocrática: As dinastias normalmente tinham uma burocracia complexa, composta por funcionários, muitas vezes escolhidos por meio de exames imperiais. Esses exames testavam o conhecimento dos textos e princípios confucionistas, e eram uma rota chave para a mobilidade social e o poder na China imperial.
• Cada dinastia desenvolveria seu próprio conjunto de leis e estruturas de governança. No entanto, a maioria das dinastias mantinha certas práticas tradicionais, como sistemas de distribuição de terras, coleta de impostos e projetos de obras públicas.
• As dinastias não eram apenas entidades políticas; elas também desempenhavam um papel significativo no desenvolvimento da cultura chinesa. Literatura, arte, filosofia e ciência floresceram sob o patrocínio de várias dinastias, cada uma deixando um legado cultural distinto.
• A força militar era crucial para o estabelecimento e manutenção de uma dinastia. As dinastias frequentemente se envolviam em expansão territorial, conflitos de fronteira e, às vezes, projetos de construção monumentais para defesa, como partes da Grande Muralha.
• As primeiras dinastias chinesas, como a Zhou, tinham um sistema feudal, mas dinastias posteriores, como a Qin e Han, se moviam em direção a uma estrutura de governo mais centralizada.
• As dinastias frequentemente se envolviam em relações complexas com estados e povos vizinhos, incluindo o sistema de tributo, onde os estados estrangeiros reconheceriam a superioridade do imperador e, em troca, receberiam proteção ou benefícios econômicos.
Dinastias Chinesas
Até o ano de 1912 a China foi governada por imperadores pertencentes a diversas dinastias (famílias reais).
Na lista abaixo podemos conferir estas famílias que governaram grande parte da História da China Antiga até o começo do século XX.
Nome da Dinastia e Período de duração
Três Augustos e os Cinco Imperadores (até 2070 a.C.)
Dinastia Xia (2100 a.C. a 1600 a.C.)
Dinastia Shang (1600 a.C. a 1046 a.C.)
Dinastia Zhou (1046 a.C. a 771 a.C.)
Primaveras e Outonos (722 a.C. a 476 a.C.)
Reinos Combatentes (475 a.C. a 221 a.C.)
Dinastia Qin (221 a.C. a 206 a.C.)
Han ocidental (206 a.C. a 9 d.C.)
Dinastia Xin (9 a 23)
Han Oriental (25 a 220)
Três Reinos (220 a 265)
Primeira dinastia Jin (265 a 317)
Dezesseis Reinos (317 a 420)
Dinastias do Norte e do Sul (420 a 589)
Dinastia Sui (581 a 618)
Dinastia Tang (618 a 907)
Cinco Dinastias e Dez Reinos (907 a 960)
Dinastia Song (960 a 1279)
Dinastia Liao (916 a 1125)
Segunda dinastia Jin (1115 a 1234)
Dinastia Yuan (1271 a 1368)
Dinastia Ming (1368 a 1644)
Dinastia Qing (1644 a 1912)
Huizong: imperador mais importante da dinastia Song. |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
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