Quem era, história e atributos do deus Dionísio
Na mitologia grega, Dionísio era o deus do vinho, pois possuía os conhecimentos e segredos do plantio e colheita da uva. Possuía também os segredos da produção do vinho. Era também associado às festas e atividades relacionadas ao prazer material. Era filho de Zeus (deus dos deuses) com a princesa Sêmele.
Dionísio era um dos doze deuses olímpicos (habitava o Monte Olimpo), portanto era um dos mais importantes da mitologia e religião grega.
Suas origens são incertas. Em algumas fontes aparece como trácio e outras como grego. Mas em muitas destas fontes aparece como sendo estrangeiro.
Principais atributos, características e funções:
- Amansar e domesticar animais selvagens e ferozes.
- Realizar o plantio e colheita da uva, assim como a produção do vinho.
Representação
É representado nas pinturas e esculturas como um jovem belo, de cabelos longos, quase sempre alegre, efeito da embriaguez por vinho. Em muitas representações, aparece segurando um cacho de uva ou uma taça de vinho. Quando não aparece nu, está coberto por um manto feito de pele de leopardo ou leão.
Cultos a Dionísio
O culto a Dionísio ocorreu em várias regiões da Grécia Antiga, chegando até Creta. Eram grandes festas ou encenações teatrais. A alegria, os prazeres da vida e os efeitos do vinho eram temas recorrentes nas festividades dionisíacas. Era comum também a oferenda de animais como coelhos e pássaros.
Estátua do deus Dionísio |
Curiosidades mitológicas:
- Dionísio era conhecido como Baco na mitologia romana.
- De acordo com a mitologia grega, foi casado com Ariadne (filha do rei Minos de Creta).
- Dionísio era o deus patrono do teatro e da agricultura.
- Além do vinho e da videira, outros símbolos eram associados ao deus Dionísio: Hera (planta trepadeira) e o Tirso (bastão enfeitado com heras em forma de pinha na ponta).
- Em muitos mitos gregos, Dionísio aparece na companhia de Sileno, seu professor, amigo e companheiro na prática de beber vinho. Foi esse companheiro que ensinou Dionísio a arte de plantar e colher a uva, além de produzir o vinho.
Teatro de Dionísio na cidade de Atenas. |
Principal mito: Dionísio desce ao submundo para resgatar sua mãe
Na mitologia grega, a história de Dionísio descendo ao submundo para resgatar sua mãe, Sêmele, é um conto envolvente que destaca seu papel como deus do renascimento e salvação. Após seu nascimento de Zeus e da mortal Sêmele, Dionísio é colocado na coxa de Zeus até estar pronto para nascer novamente, já que Sêmele morre ao ver Zeus em sua forma divina completa. Criado por ninfas, Dionísio se torna o deus do vinho, da festividade e do êxtase.
O mito relata que Dionísio, ao atingir a idade adulta e estabelecer sua divindade, descobre o destino de sua mãe, Sêmele, que reside no submundo. Motivado pelo amor e talvez pelo desejo de corrigir os erros do passado, ele resolve resgatá-la do reino de Hades. Dionísio viaja para o submundo, uma façanha perigosa e rara para os vivos, especialmente para um deus cujo domínio é principalmente entre os vivos e os alegres.
Usando seus poderes de persuasão e talvez auxiliado por seu conhecimento dos mistérios da vida e da morte, Dionísio confronta Hades e garante a libertação de Sêmele. Esse ato não serve apenas como um resgate, mas também como uma forma de renascimento para Sêmele. Dionísio a leva ao Monte Olimpo, onde ela é transformada em Thyone e se torna imortal, vivendo entre os outros deuses.
Este mito exemplifica temas de morte, renascimento e o vínculo eterno entre mãe e filho. A descida de Dionísio ao submundo destaca seu papel como uma ponte entre o mundo dos vivos e dos mortos, refletindo sua influência sobre a natureza cíclica da vida e a transcendência sobre a mortalidade.
Mosaico mostrando Dionísio e Acmé (uma das filhas de Zeus). |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
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