O Coronelismo

Coronelismo foi uma prática social e política que existiu no Brasil na Primeira República.


Denúncia ao voto de cabresto (charge de Storni, revista Careta Rio de Janeiro, 1927)
Denúncia ao voto de cabresto (charge de Storni, revista Careta Rio de Janeiro, 1927)


O que foi (definição histórica)

 

No início do período republicano no Brasil (final do século XIX e começo do XX), vigorou um sistema conhecido popularmente como coronelismo. Este nome foi dado, pois a política era controlada e comandada pelos coronéis (ricos fazendeiros). 


As principais características do coronelismo foram:

 

Voto de Cabresto: na República Velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc.). Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais.

 

Fraude eleitoral: os coronéis costumam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações. 

 

Política do café-com-leite: no começo do século XX, os estados de São Paulo e Minas Gerais eram os mais ricos da nação. Enquanto o primeiro lucrava muito com a produção e exportação de café, o segundo gerava riqueza com a produção de leite e derivados. Os políticos destes estados faziam acordos para perpetuarem-se no poder central. Muitos presidentes da República, neste período, foram paulistas e mineiros.

 

Política dos Governadores: os governadores dos estados e o presidente da República faziam acordos políticos, na base da troca de favores, para governarem tranquilamente. Os governadores não faziam oposição ao governo central e ganhavam, em troca deste apoio, liberação de verbas federais. Esta prática foi criada pelo presidente Campos Sales (1898-1902) e fortaleceu o poder dos coronéis em seus estados.

 

• Os coronéis também exerciam um forte controle sobre as relações sociais (entre as pessoas) em suas regiões, determinando padrões de comportamento e reprimindo qualquer forma de dissidência ou oposição política ao sistema vigente.



Fim do coronelismo

 

Com a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas à presidência da República, o coronelismo perdeu força e deixou de existir em várias regiões do Brasil. Apesar disso, algumas práticas do coronelismo, como, por exemplo, a compra de votos e fraudes eleitorais continuou existindo, por muito tempo, em algumas regiões.

 

Foto mostrando os coronéis da Velha República

Foto mostrando os coronéis (frente, sentados) da Velha República.

 

 

 



Atualizado em 07/04/2023

Revisado por: Professor Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

 

Família e coronelismo no Brasil

Autor: Rego, André Heráclio do

Editora: Girafa

 

O Coronelismo (Coleção Tudo é História)

Autor: Janotti, Maria de Lourdes M.

Editora: Brasiliense

 

Fontes de referência do texto:

 

- NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil República – da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2016.

 

- FAUSTO, Boris. O Brasil republicano: sociedade e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.


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