Quem foi
Considerado o pioneiro do Naturalismo (movimento literário da segunda metade do século XIX) no Brasil, o romancista Aluísio Azevedo foi um importante romancista brasileiro. Trabalhou também como jornalista, diplomata e caricaturista. Suas obras mais importantes são: O mulato, O cortiço e Casa de Pensão.
Biografia resumida
Aluísio Azevedo nasceu na cidade de São Luís, Maranhão, em 14 de abril de 1857.
Em 1876, Aluísio de Azevedo mudou-se para o Rio de Janeiro com o objetivo de estudar Belas Artes, consolidando sua formação em desenho e pintura.
Quando jovem ele fazia caricaturas e poesias, como colaborador, para jornais e revistas no Rio de Janeiro. Seu primeiro romance publicado foi: Uma lágrima de mulher, em 1880.
Fundador da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras e crítico social, este escritor naturalista foi autor de diversos livros, entre eles estão: O Mulato, que provocou escândalo na época de seu lançamento, Casa de Pensão, que o consagrou e O Cortiço, conhecido com sua obra mais importante.
Este autor, que não escondia seu inconformismo com a sociedade brasileira e com suas regras, escreveu ainda outros títulos: Condessa Vésper, Girândola de Amores, Filomena Borges, O Coruja, O Homem, O Esqueleto, A Mortalha de Alzira, O livro de uma Sogra e Demônios.
Durante grande parte de sua vida, Aluísio de Azevedo viveu daquilo que ganhava como escritor, mas ao entrar para a vida diplomática ele abandonou a produção literária.
Sua carreira diplomática teve início em 1895. Ele serviu em diferentes países da América Latina, Europa e Ásia.
Ao longo de sua trajetória, manteve laços próximos com seus irmãos, em especial Artur Azevedo, também escritor e dramaturgo, que o incentivou a desenvolver sua carreira literária.
Faleceu em Buenos Aires (Argentina), aos 56 anos, no dia 21 de janeiro de 1913.
Aluísio Azevedo: um dos principais escritores do Naturalismo brasileiro. |
Principais características do seu estilo literário:
• Valorização, em suas obras, do cotidiano e das relações sociais e familiares.
• Obra que retrata aspectos populares da cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX.
• Abordagem de problemas sociais, principalmente das camadas mais pobres da população.
• Utilização de métodos investigativos para a composição do enredo.
• Presença, em suas obras, do determinismo social (teoria que explica que o comportamento dos seres humanos são estabelecidos pelas condições sociais e históricas em que vivem).
• Azevedo foi profundamente influenciado pelo Naturalismo francês, especialmente pelos trabalhos de Émile Zola. Ele adotou e adaptou muitas das técnicas e temas de Zola em seus próprios trabalhos.
Exemplos de frases:
- "Infeliz daquele a quem não é dado chorar; só o choro afoga a dor que a vontade não vence destruir".
- "Confio nos meus dentes, e esses mesmo me mordem a língua".
Capa do romance naturalista O Cortiço de Aluísio Azevedo. Publicada em 1890, é uma das principais obras do autor. |
Principais obras do escritor:
- Uma Lágrima de Mulher, novela, 1880
- O mulato, novela, 1881
- Mistério da Tijuca ou Girândola de amores, novela, 1882
- Memórias de Um Condenado ou Condessa Vesper, novela, 1882
- Casa de pensão, novela, 1884
- Filomena Borges, novela, 1884
- O homem, novela, 1887
- O cortiço, novela, 1890
- O coruja, novela, 1890
- A Mortalha de Alzira, novela, 1894
- Demônios, conto, 1895
- O livro de uma sogra, novela, 1895
- O Bom Negro, crônica
- O Esqueleto, (participação de Olavo Bilac).
- Os Doidos, peça
- Casa de Orates, peça
- Flor de Lis, peça
- Em Flagrante, peça
- Caboclo, peça
- Um Caso de Adultério, peça
- Venenos que Curam, peça
- República, peça
Legado de Aluísio Azevedo para a Literatura Brasileira
Aluísio Azevedo deixou um legado significativo para a Literatura Brasileira ao consolidar o Naturalismo no país e abordar, em suas obras, questões sociais e humanas de maneira inovadora para a época. Seus romances, como "O Cortiço" e "Casa de Pensão", exploram temas como desigualdade, preconceito e as influências do meio e da hereditariedade sobre o comportamento humano, destacando-se pela crítica à hipocrisia social e pela representação de personagens marginais. Além disso, Azevedo contribuiu para a valorização da prosa brasileira, aproximando-a de questões reais e urbanas, o que abriu caminho para a renovação literária e para o fortalecimento da literatura como instrumento de análise e transformação social.
Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).
Artigo indicado sobre o tema:
PEREIRA, José. "Aluísio Azevedo e a crítica social". In: Revista de Literatura, vol. 55, nº 1, p. 78-90, jan. 2003.
Vídeo indicado no YouTube:
Aluísio de Azevedo, Escritor - Vida & Obra | Canal Arte & Educação