Os tesouros dos sarcófagos dos faraós

Os tesouros dos sarcófagos dos faraós são fontes históricas que nos revelam informações sobre o Egito Antigo.


Máscara mortuária de Tutancâmon: um dos principais tesouros do Egito Antigo.
Máscara mortuária de Tutancâmon: um dos principais tesouros do Egito Antigo.

 

O QUE SÃO OS SARCÓFAGOS?



Os sarcófagos dos antigos faraós egípcios são conhecidos por sua opulência e pelos tesouros que continham, oferecendo uma janela para as crenças, a arte e a vida cotidiana de uma civilização que floresceu por milênios. Esses recipientes de sepultamento elaborados, muitas vezes aninhados uns dentro dos outros, foram projetados para proteger os restos mumificados dos faraós e garantir sua passagem segura para o além.

 

Os próprios sarcófagos são obras-primas do artesanato antigo. Feitos de pedra, madeira ou metais, eram frequentemente adornados com entalhes intrincados, hieróglifos e pinturas vibrantes. A arte retratava símbolos religiosos, deuses e deusas, e cenas do Livro dos Mortos - uma coleção de feitiços e encantamentos destinados a guiar o falecido pelo submundo.

 

 

QUAIS SÃO OS TESOUROS DOS SARCÓFAGOS DOS FARAÓS?



Resplendor dourado


O ouro, material com conotações eternas e divinas no Egito Antigo, era frequentemente usado nos sarcófagos dos faraós mais poderosos. O exemplo mais famoso é a máscara mortuária de ouro maciço de Tutancâmon, que repousava diretamente sobre as ataduras da múmia, com sua expressão serena e olhos penetrantes simbolizando o poder divino e a vida eterna do faraó.



Joias e amuletos


Dentro dos sarcófagos, os arqueólogos encontraram uma variedade de joias e amuletos. Esses itens não eram apenas expressões de riqueza e poder, mas também serviam como proteções mágicas. O escaravelho do coração, por exemplo, era frequentemente colocado sobre o coração da múmia e inscrito com um feitiço do Livro dos Mortos para garantir que o coração não falasse contra o falecido no julgamento de Osíris.

 

Foto de um colar com detalhes em ouro de uma princesa egípcia

Colar da princesa egípcia Sathathoriunet.




Jarras canópicas e vísceras


Os órgãos internos dos faraós, removidos durante a mumificação, eram preservados em jarras canópicas, que também eram colocadas no sarcófago. Essas jarras eram feitas de materiais como alabastro ou faiança e frequentemente moldadas para representar os quatro filhos de Hórus, cada um protegendo um órgão diferente.




Itens cotidianos e ofertas


Os faraós eram enterrados com itens que poderiam precisar no além, incluindo móveis, roupas e até comida. Acreditava-se que esses bens se tornariam reais no além, proporcionando conforto e sustento ao falecido.

 

Cajado e Mangual de ouro do faraó Tutancâmon

Cajado e Mangual (espécie de arma) de ouro do faraó Tutancâmon.




Textos em papiro


Rolo de papiros contendo textos religiosos, como o já mencionado Livro dos Mortos, também eram incluídos no sepultamento. Esses textos eram essenciais para navegar pelo além e para a realização de rituais que garantiriam a imortalidade do falecido.




O tesouro real


Alguns sarcófagos dos faraós continham um 'tesouro real' - uma coleção de itens valiosos destinados ao uso no além ou como oferendas aos deuses. Isso poderia incluir estátuas, instrumentos rituais e outros artefatos preciosos.



O Legado da descoberta


A descoberta desses tesouros forneceu informações inestimáveis sobre a cultura e religião do Egito antigo. A mais significativa dessas descobertas foi o túmulo de Tutancâmon, desenterrado por Howard Carter em 1922, que estava repleto de milhares de objetos, cada um com sua própria história.

 

Máscara dourada da múmia de Tutancâmon

Máscara dourada da múmia de Tutancâmon



Conservação e estudo


Hoje, os tesouros dos sarcófagos dos faraós são cuidadosamente conservados e estudados por egiptólogos. Eles continuam a cativar a imaginação do público e contribuem para o nosso entendimento de uma civilização que há muito passou para a história, mas continua a intrigar e inspirar.


Os sarcófagos e seus conteúdos não são apenas tesouros em um sentido material; eles são tesouros culturais que transcenderam o tempo, fornecendo um legado que continua a iluminar nosso entendimento da história humana e da busca pela imortalidade.

 

 

O que podemos aprender sobre a cultura egípcia antiga com os tesouros encontrados nas tumbas dos faraós?

 

- Crenças religiosas: a abundância de amuletos, estátuas de deuses e textos religiosos como o Livro dos Mortos encontrados nas tumbas revela a profunda fé dos antigos egípcios na vida após a morte e a importância dos rituais para a jornada do falecido.


- Talentos artísticos: as joias intricadas, sarcófagos elaborados e pinturas murais detalhadas demonstram as habilidades artísticas avançadas dos egípcios e sua apreciação pela beleza e artesanato.


- Hierarquia social: o tamanho das tumbas e a riqueza de bens enterrados com os faraós destacam a significativa estratificação social e o status supremo dos faraós na sociedade.


- Riqueza econômica: a variedade de materiais preciosos, incluindo ouro, lápis-lazúli e marfim, usados nos tesouros das tumbas indica a riqueza da civilização egípcia e suas extensas redes de comércio.


- Vida cotidiana e práticas: itens como móveis, roupas e até alimentos colocados nas tumbas fornecem informações sobre a vida diária, moda e hábitos alimentares dos antigos egípcios.

 

 

Sarcófago de múmia egípcia aberto

Sarcófago da múmia do faraó Djedkhonsiufankh.

 

 


 


Publicado em 19/02/2024


Por Jefferson Evandro Machado Ramos (graduado em História pela USP).




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Fonte de referência do artigo:

 

- SHAW, I. História do Antigo Egito. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Editora Editora Unesp, 2003.


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