Unificação da Alemanha

Sob a liderança de Bismarck, a unificação alemã ocorreu em 1871 e a transformou num poderoso estado-nação.


Otto von Bismarck: líder da unificação da Alemanha
Otto von Bismarck: líder da unificação da Alemanha

 

Contexto histórico


Antes da unificação, o território germânico estava fragmentando em 39 estados que formavam a Confederação Germânica. A Confederação era governada por uma assembleia com representantes de todos os estados. Porém, eram os representantes dos maiores estados, Prússia e Áustria, que tinham maior poder e acabam por decidir quase tudo.

 

Havia também um conflito de interesses entre Áustria e Prússia. Enquanto a Áustria era contrária a unificação, a Prússia era favorável, pois pretendia aumentar seu poder sobre o território germânico e ampliar o desenvolvimento industrial.



As principais causas da unificação foram:

 

• Necessidade de unificar a cobrança de impostos e taxas, além da criação de regras aduaneiras (importação e exportação) em todo território germânico.

 

• Criação de uma unidade política e administrativa para toda região ocupada pelos estados da Confederação Germânica.

 

• Necessidade de colaboração econômica entre os estados germânicos.

 

• Crescimento do nacionalismo, que defendia a união dos germânicos num só país.

 

• Necessidade das empresas de criação de infraestrutura (principalmente estradas de ferro).

 

• Criação de uma estrutura militar centralizada.

 

Brasão de Armas da Confederação Germânica

Brasão de Armas da Confederação Germânica: anterior à unificação alemã.



O Zollverein


Em 1834, a Prússia liderou a criação do Zollverein (união aduaneira dos Estados Germânicos) com o objetivo de facilitar o comércio entre os Estados e incentivar o desenvolvimento industrial. Grande parte dos estados entrou nesta união, porém a Áustria optou por ficar de fora. A criação desta união fez aumentar muito o poder da Prússia e diminuir o da Áustria na Confederação.



Bismarck: O Chanceler de Ferro


No ano de 1862, o rei prussiano Guilherme I escolheu para ser o primeiro-ministro da Prússia o político e diplomata Otto von Bismarck, o Chanceler de Ferro. A ideia de Guilherme I era unificar os Estados Germânicos, processo que seria organizado por Bismarck. Porém, o Chanceler de Ferro acreditava que para isso seria necessário o caminho militar.

 

Para atingir seu objetivo, Bismarck passou a aumentar o poder bélico da Prússia, ampliando o número de militares e investindo na produção de armamentos.



A Guerra dos Ducados


Foi a primeira etapa do plano militar de unificação germânica colocado em prática por Bismark. Em 1864, com apoio da Áustria, a Prússia conquistou os ducados de Holstein e Schleswig que eram habitados por germânicos, porém estavam sob posse da Dinamarca.



A Guerra contra a Áustria


Após a Guerra dos Ducados, a Áustria havia ficado com o ducado de Holstein. Bismarck ficou descontente com a administração austríaca no condado e declarou guerra à Áustria no ano de 1866.

 

A Prússia venceu a Áustria na guerra e passou a dominar os estados do norte da Confederação.

 

Pintura de uma batalha

Batalha de Königgrätz durante a Guerra Austro-Prussiana.

 

 

Guerra Franco-Prussiana e a unificação alemã:


Para concluir o objetivo de unificar todos os Estados Germânicos, a Prússia precisava conquistar os estados do sul. Porém, o imperador da França, Napoleão III, se opôs a ideia de Bismark. Após um problema de sucessão no trono da Espanha, um parente do rei da Prússia teria direito a ocupar o cargo. Porém, Napoleão III, temendo o aumento do poder prussiano na Península Ibérica, foi contra e declarou guerra a Prússia em 1870.

 

Com um exército formado por militares prussianos e de outros estados germânicos, a Prússia comandou a invasão e conquista da França.

 

Guilherme I foi proclamado Imperador da Alemanha em 1871, concluindo assim o processo de unificação da Alemanha.

 

Ainda em 1871 foi assinado o Tratado de Frankfurt entre França e Alemanha. Como derrotados, os franceses tiveram de pagar uma elevada indenização de guerra, além de ceder à Alemanha os territórios da Lorena e da Alsácia.

 

 

As principais consequências da unificação alemã foram:


• Criação do II Reich na Alemanha (Império Alemão);

 

• Desenvolvimento econômico e militar da Alemanha;

 

• Crescimento do poder geopolítico da Alemanha na Europa;

 

• Entrada da Alemanha na disputa por território no processo de neocolonização da África e Ásia, aumentando a disputa por territórios com o Reino Unido no final do século XIX. Este fato fez aumentar as tensões entre Alemanha e Reino Unido, um dos fatores desencadeantes da Primeira Guerra Mundial;

 

• A rápida industrialização da Alemanha trouxe consigo uma série de questões sociais, incluindo superlotação urbana, disputas trabalhistas e desigualdade social. Essas questões acabaram contribuindo para a ascensão do Partido Social Democrata, que se tornou uma força política significativa, apesar das tentativas de Bismarck de suprimi-lo.

 

• A mudança no equilíbrio de poder na Europa, a corrida armamentista, a rivalidade colonial e os sentimentos nacionalistas contribuíram para as crescentes tensões entre as potências europeias. Esses fatores foram precursores da eclosão da Primeira Guerra Mundial e, posteriormente, da Segunda Guerra Mundial.

 

• Formação da Tríplice Aliança em 1882, bloco político-militar composto por Áustria, Itália e Alemanha.

 

Guilherme I, primeiro imperador da Alemanha

Guilherme I: primeiro imperador da Alemanha após a unificação.

 

 

 

Veja também:

 

Conheça também como foi o processo de Unificação da Itália.

 

 



Atualizado em 12/07/2023

Autor: Professor Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

 

História Concisa da Alemanha
Autor: Fullbrook, Mary
Editora: Edipro

 

Fontes de pesquisa consultadas para a elaboração do texto:

 

- CAMPOS, Raymundo. Estudos de História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Atual, 1988.

 

- CÁCERES, Florival; PEDRO, Antônio. História Geral. São Paulo: Moderna, 1988.


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