Revolução Cubana

Movimento revolucionário, que ocorreu em Cuba em 1959, liderado por Fidel Castro e Che Guevara. Implantou o socialismo, que existe até hoje em Cuba.


Fidel Castro liderando os guerrilheiros para a revolução
Fidel Castro liderando os guerrilheiros para a revolução

 

O que foi



A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.



Cuba antes da revolução



Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande dependência dos Estados Unidos.



As principais causas da revolução cubana foram:

 

Em Cuba havia grandes desigualdades sociais, pois, grande parte da população vivia na pobreza. Enquanto isso, muitos empresários e banqueiros concentravam muitas riquezas em suas mãos.

 

Havia também muita corrupção no governo de Fulgêncio Batista (presidente entre 1952 e 1959). Vale lembrar que ele havia assumido o poder através de um golpe militar em 1952, apoiado pelos EUA. Seu governo ditatorial também era marcado pela repressão e violência contra qualquer tipo de oposição política.

 

Todo esse contexto de corrupção e injustiça social gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.

 

Vale ressaltar também que muitos militares e políticos cubanos se identificavam com a ideologia socialista e isso favoreceu a revolução.

 

Os revolucionários, liderados por Fidel Castro, empregaram táticas de guerra de guerrilha, atacando das montanhas e usando a selva a seu favor, o que gradualmente enfraqueceu as forças da ditadura de Batista.

 


A organização da revolução socialista



Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros enquanto estava exilado no México.


Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra (sul de Cuba). Os combates com as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio para divulgar as ideias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.

 

Foto de Erneste Che Guevara e Fidel Castro

Che Guevara e Fidel Castro: os líderes da Revolução Cubana de 1959.



O apoio popular



Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos, desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na guerrilha, aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.

Camilo Cienfuegos, revolucionário cubano

Camilo Cienfuegos (1932-1959): outro importante líder revolucionário que participou da Revolução Cubana.




A tomada do poder pelos revolucionários e as principais consequências:



No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos integrantes do governo fugiram da ilha.


O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde.

 

Outra consequência da revolução foi a saída de muitos norte-americanos da ilha (principalmente empresários).

 

Após a revolução, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética no contexto da Guerra Fria.

 

A revolução estremeceu as relações entre Cuba e os Estados Unidos, culminando na invasão da Baía dos Porcos em abril de 1961, onde os EUA tentaram derrubar o regime de Castro

 

O Partido Comunista dominou a vida política na ilha, não dando espaço para qualquer partido de oposição. Muitos opositores do regime castrista foram presos e outros assassinados.

A repressão, a violência, a censura e a falta de democracia na ilha, foram algumas das consequências negativas do movimento revolucionário cubano. Formou-se um governo ditatorial, sendo que Fidel Castro passou a ser considerado um dos grandes ditadores do século XX.

 

A revolução levou a mudanças socioeconômicas drásticas em Cuba, com o governo implementando vários programas sociais. Apesar das crises econômicas, Cuba manteve seu compromisso com a educação, saúde e recompensas trabalhistas.

 

A instabilidade política foi exacerbada pela interferência dos Estados Unidos, que continuou a agir como uma potência imperial em Cuba, limitando a capacidade de Cuba de fazer acordos de política externa ou comércio sem a aprovação prévia dos EUA.

 

Revolucionário de Cuba, a cavalo, após o sucesso da revolução cubana

Revolucionários cubanos após o êxito da revolução de 1959.



Os ideais revolucionários e o governo de Cuba atualmente


Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, considerado o único país que mantém o socialismo plenamente vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba, em fevereiro de 2008. Fidel Castro faleceu em 25 de novembro de 2016, aos 90 anos.

 

Em 19 de abril de 2018, após ser eleito pela Assembleia, Miguel Díaz-Canel assumiu a presidência de Cuba e governa até o país socialista até presente momento (fevereiro de 2024). Ele vem promovendo algumas aberturas econômicas lentas e graduais, visando atrair mais investimentos e capitais estrangeiros para o país.

 

Além do pouco dinamismo e do desenvolvimento industrial precário, a economia cubana é afetada pelo embargo econômico imposto pelos Estados Unidos desde o início da década de 1960.

 

 



Atualizado em 08/02/2024

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

 

Fontes de referência do texto:

 

- RODRIGUES, Antônio Edmilson M.; KAMITA, João Masao. História Moderna – os momentos fundadores da cultura ocidental. Petrópolis, Editora Vozes, 2018.

- BOULOS Jr., Alfredo, História – Sociedade e Cidadania. São Paulo: FTD, 2018.


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